Analisando Foo Fighters - Concrete and Gold

Capa do novo álbum dos Foo Fighters - Concrete and Gold

Um dos discos que mais esperava este ano daquela que considero ser a mais próxima do termo "banda favorita". Isto porque não acredito muito nisso de favoritos. Cor, marca, banda, música, filme,... Mas Foo Fighters são aquela banda que me encanta desde que em miúdo apanhei a Best of You a tocar na MTV2, isto na altura em que o M de MTV era de Music. Hoje não tenho bem noção do que significa.

Trata-se daquela banda que, não sentido a necessidade de ouvir todos os dias, consigo ouvir em qualquer altura do dia, seja uma música apenas ou um álbum de uma vez. E poucos álbuns deles me faltam para completar a coleção.

Fiquei bastante desiludido com o CD anterior, o Sonic Highways. O conceito de gravar por estúdios míticos ao longos dos EUA foi aliciante, mas é bem capaz de ser o único álbum da banda que me desiludiu, e cheguei a comprar no mesmo dia em que saiu. Adorei a not so famous Outside (que música incrível, tão bem construída), e até gostei da Feast and The Famine e da Something from Nothing, mas de resto?.... Até o EP grátis Saint Cecilia ouvi mais vezes, que até foi um pequeno alívio à desilusão que tive.

Mas a surpresa que foi a Run este ano deixou-me em êxtase. Êxtase pura e total. A partir daí foi sempre a esperar até Setembro, até a saída do Concrete and Gold. Encomendei pelo site oficial e tudo, num pack com t-shirt e outras coisas a par.

Hoje considero-me um fã deste álbum, resta saber como vai envelhecer. Segue a minha análise música a música.

1-T-Shirt
Um bom começo do álbum. Início calmo e depois a explosão, uma das minhas receitas favoritas para uma boa música. Soa muito ao estilo Foo Fighters mais comercial, mais pop. Curta, pouco há para dizer desta música introdutória.

2-Run
Para terem noção do poder que esta música (e respetivo vídeo) teve em mim, no dia em que saiu no Youtube ouvi-a, sem exageros, 5 vezes seguidas. Mais um início calmo, mais uma explosão de Rock bem duro, uma ponte excelente e um refrão melodioso e poderoso. Tem qualquer coisa de novo, talvez o riff tipo berimbau, não sei, algo nesta música é muito fresco e poderoso, talvez fruto do trabalho com um novo produtor. Tem uma espécie de aurea que nenhuma música dos Foos alguma vez teve. Para ficar nas setlists futuras durante anos e anos.

3- Make it Right
Talvez a mais fraquinha do álbum. Não a acho cativante, apenas audível. É Foo Fighters mas com pouca originalidade, talvez destacar o pormenor das segundas vozes/coro no refrão, de resto considero uma musica banal.

4- The Sky is a Neighborhood
Para ser honesto esta música não me cativou por aí além da primeira vez que ouvi, contrariamente a outros amigos meus também fãs da banda. Contudo, é daquelas músicas que parece que se vai gostando cada vez mais aos poucos. Primeiro estranha-se, depois entranha-se. Talvez seja devido ao estilo mais pop da música, talvez seja a letra que não me encantou, mas não fiquei fã à primeira. O balanço com que fiquei após a Run se calhar ajudou. Mas hoje admito que é uma boa música, as vozes dão outra vez uma espécie de áurea nunca antes vista nos anteriores albuns. Adoro a parte a apontar para o final, com um elevar do instrumental num tom épico e sinistro, fantástico.

5- La Dee Da
Poderosa. O nome deixava-me com um pé atrás (que raio vem a ser La Dee Da?), mas o refrão deixa-me a mil. Base simples e bem mais cativante que a Make it Right, que quebra numa explosão de energia e puro Rock & Roll, uma boa sucessão à música anterior. Talvez não fique para a história, mas trata-se de uma belíssima música, um hino ao Rock & Roll, esse estilo posto cada vez mais de parte pelas massas.

6-Dirty Water
Quase toda a música faz-me regressar aos tempos de The Colour and the Shape, sobretudo durante os primeiros 2 minutos e meio. Melodiosa e calma, um descanso após a explosão da música anterior, até que começa a crescer (esta receita funciona, pelo menos comigo!) e ganha força, garra, energia e raiva. Só após duas ou três vezes comecei a apreciar a música no que acho ser a sua plenitude. Não chega a ter uma dita explosão, é mais uma erupção efusiva sem chegar a grandes estragos, sem se tornar muito pesada. Gosto, daquelas músicas que de vez em quando soam tão, mas tão bem.

7-Arrows
Não adoro, mas gosto. Sinto que até virei no futuro a gostar mais e mais. Pormenores interessantes na letra, um bom instrumental, mais uma vez simples, refrão bom, pós-refrão muito bom (aquele "Fire awaaaaaaay!!!" e a guitarra solo...). Não é uma música do outro mundo, mas não baixa o nível do albúm.

8-Happy Ever After (Zero Hour)
Pouco a comentar, calminha, não gostei muito, um pouco música da Disney sem querer ofender ninguém,

9-Sunday Rain
Adoro. Adoro mesmo. Toda a melodia, a voz do Taylor, a batida, a letra, toda a música. Opah, e tem o Paul McCartney na bateria e segunda voz, quão épico é isso? Ás vezes difícil é fazer o simples, e esta música enche-me as medidas, gosto mesmo muito. Tenho uma certa teimosia em gostar de músicas mais fora da ribalta, e esta é o caso neste álbum. Adorava ver ao vivo.

10-The Line
O Pat Smear disse que é este o tipo de música que o fez, e faz, estar nos Foo Fighters. A terceira a sair "cá para fora". Parece-me mais comercial, sem deixar de ser Rock.

11-Concrete and Gold
O tom baixo inicial não é muito prometedor, sobretudo para a música que fecha um álbum como este. Mas a partir do momento em que entram as segundas vozes/coro a música entra numa outra dimensão. Um belo fim para este bom álbum, soa mesmo a despedida, acaba bem o CD.


Uma boa sequência de boas músicas, está um álbum sério e respeitável. Contudo.... acho que não é desta que a banda americana fez AQUELE álbum. Mas eles estão em forma, ai isso estão.

Nota: 
4/5 - 4,5/5

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