Deja vu
"Déjà vu é um galicismoo que descreve a reação psicológica da transmissão de ideias de que já se esteve naquele lugar antes, já se viu aquelas pessoas, ou outro elemento externo. O termo é uma expressão da língua francesa que significa, "Já visto"."
Dizem que os anos, após completar 18 anos, passam a correr. E sim, é o que tenho sentido nestes anos. Não sei explicar o que nos faz sentir desta forma, se é a rotina que se instala nas nossas vidas ou se é o horizonte de sonhos e aspirações que se vai tornando cada vez mais perto da realidade (ou simplesmente se desfazem). Se são as nossas ações que se vão tornando cada vez menos interessantes, como quando conduzimos um carro pela primeira vez e todos nos somos excitação e perigo... e agora pego num carro e vou para o Porto com a mesma facilidade com que mudo de sapatilhas e vou ali ao café. Se é a realidade da vida que nos vai abrindo os olhos, e vamos crescendo, perdendo aquele encanto de miúdos.
Ouvi uma altura falar de uma experiência feita com um homem, fechado numa gruta durante semanas, sem luz nem relógio que permitissem ter noção dos dias e das horas, sem jornais nem telemóvel para saber o que se passava no exterior. Retiraram o homem de lá passadas, sei lá, 4 semanas, e quando lhe contaram o tempo que ele tinha lá passado, ele julgava ter passado muito mais tempo. Conclusão: a rotina faz com que o tempo se expanda aos nossos olhos, que passe por nós e não nos marque. E que seria por isso que em miúdos parece que as férias de verão nunca mais acabam, que o tempo não passa. Enquanto que nós, adultos, fechados nas nossas grutas, víamos o tempo a correr devido à tendência de as nossas vidas se tornarem rotineiras, de aquilo que presenciamos se tornar cada vez menos surpreendente e cheio de novidade.
É sobre este último ponto que reflito hoje.
Cada vez mais tenho sentido que há coisas à minha volta a acontecer pela segunda vez. Ou terceira.
Até aqui tudo bem. Conforme vamos crescendo maior a tendência para ficarmos mais experientes e mais vividos. O problema é que muitas dessas coisas me têm acontecido, na verdade, pela primeira vez!
Dou por mim a pensar "espera aí, eu já sabia que isto ia acontecer" ou "eu já não estive nesta situação antes?". Seja uma conversa com um estranho, um resultado de uma decisão que tomei,... Cada vez mais tenho sentido que já vivi situações que na verdade são estreias para mim.
Às vezes sinto mesmo que as sonhei. Que as tinha sonhada anteriormente e agora as vi a acontecer! Situações banais, mas que me deixam a pensar sobre tudo o que sei e o que não sei.
Outras acredito que seja devido a algo que vi outro fazer ou simplesmente por ser semelhante a algo que fiz antes.
Tudo isto deixa em mim uma inquietação. Já não sei se estou eu apenas a esquecer-me do que fiz antes (e efetivamente tenho má memória). Por vezes até sinto que é tudo algo na minha cabeça quando reflito sobre o que aconteceu, toda a minha memória se confunde com imaginação e perco noção do que é real e o que é imaginário.
Serei eu a refletir demasiado sobre as coisas, de uma forma que confundo o que aconteceu com aquilo que imagino que poderia ter acontecido? Talvez o problema seja simplesmente o após a ação, não o antes, o ter já vivido ou sonhado aquilo. Talvez seja eu a reviver nas minhas memórias de uma forma tão real que perco a noção se as coisas aconteceram mais do que uma vez, dando-me a sensação de "eu já sabia que isto ia acontecer" ou "eu já vi isto antes".
Talvez seja apenas tudo deja vus.
Ouvi uma altura falar de uma experiência feita com um homem, fechado numa gruta durante semanas, sem luz nem relógio que permitissem ter noção dos dias e das horas, sem jornais nem telemóvel para saber o que se passava no exterior. Retiraram o homem de lá passadas, sei lá, 4 semanas, e quando lhe contaram o tempo que ele tinha lá passado, ele julgava ter passado muito mais tempo. Conclusão: a rotina faz com que o tempo se expanda aos nossos olhos, que passe por nós e não nos marque. E que seria por isso que em miúdos parece que as férias de verão nunca mais acabam, que o tempo não passa. Enquanto que nós, adultos, fechados nas nossas grutas, víamos o tempo a correr devido à tendência de as nossas vidas se tornarem rotineiras, de aquilo que presenciamos se tornar cada vez menos surpreendente e cheio de novidade.
É sobre este último ponto que reflito hoje.
Cada vez mais tenho sentido que há coisas à minha volta a acontecer pela segunda vez. Ou terceira.
Até aqui tudo bem. Conforme vamos crescendo maior a tendência para ficarmos mais experientes e mais vividos. O problema é que muitas dessas coisas me têm acontecido, na verdade, pela primeira vez!
Dou por mim a pensar "espera aí, eu já sabia que isto ia acontecer" ou "eu já não estive nesta situação antes?". Seja uma conversa com um estranho, um resultado de uma decisão que tomei,... Cada vez mais tenho sentido que já vivi situações que na verdade são estreias para mim.
Às vezes sinto mesmo que as sonhei. Que as tinha sonhada anteriormente e agora as vi a acontecer! Situações banais, mas que me deixam a pensar sobre tudo o que sei e o que não sei.
Outras acredito que seja devido a algo que vi outro fazer ou simplesmente por ser semelhante a algo que fiz antes.
Tudo isto deixa em mim uma inquietação. Já não sei se estou eu apenas a esquecer-me do que fiz antes (e efetivamente tenho má memória). Por vezes até sinto que é tudo algo na minha cabeça quando reflito sobre o que aconteceu, toda a minha memória se confunde com imaginação e perco noção do que é real e o que é imaginário.
Serei eu a refletir demasiado sobre as coisas, de uma forma que confundo o que aconteceu com aquilo que imagino que poderia ter acontecido? Talvez o problema seja simplesmente o após a ação, não o antes, o ter já vivido ou sonhado aquilo. Talvez seja eu a reviver nas minhas memórias de uma forma tão real que perco a noção se as coisas aconteceram mais do que uma vez, dando-me a sensação de "eu já sabia que isto ia acontecer" ou "eu já vi isto antes".
Talvez seja apenas tudo deja vus.
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